Nossa, uma nota de um real! Só se via moedas de um real por esses tempos. Uma nota. Marcou a infância de muita gente aquela notinha verde e foi triste trocar tudo por moeda, moeda enchendo carteira, enchendo a bolsa, enchendo o saco e tudo mais. E aquela nota era especial pra ele, mostraria ao neto. Há muito tempo o um real era de papel. Sério vô? Não acredito. Era. Agora ele tinha encontrado uma nota de um real. Dia ganho. Nunca ganhar um real em um dia tinha sido tão bom. Mas na esquina da 1ª de Março com a Prudente de Moraes um rapaz magrelo apareceu e queria tudo. A carteira toda, o celular que ele não tinha e também o um real que ele tinha. Mas era de papel e não vale, ele não entendia. É tudo um real. Mas não vale mais, não vale nada. Passa mesmo assim, é pra passar tudo, véio. Ele queria conversar e salvar a nota pelo menos. O resto todo podia, sem problema. Era pelo neto, por favor. Não. Coisa de véio essa de juntar quinquilharia, passa tudo e cala a boca. Não, por favor.
Várias facadas no bucho, até que nunca mais se falou disso.
Várias facadas no bucho, até que nunca mais se falou disso.
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