É fácil demais começar. Sabe aquele impulso, aquele arrepio na barriga, aquela cabeça cheia de ideia? Cabeça fervilha enquanto os olhos se distraem em qualquer pouco movimento que se faça. É assim: uma cabeça cheia de ideias e um impulso. Depois manter todo aquele fervor inicial é um desafio pra todo o dia, todos os dias. É olhar pra cenas cotidianas à espera de algo. E geralmente consegue - incrível, mas o convívio com o mundo ainda inspira. Depois manter toda aquela observação apurada é um desafio pra todo o dia, todos os dias. É acordar e tomar café pra esperar por algo, alguém, alguma notícia. Qualquer coisa que alegre. Qualquer coisa que provoque. Geralmente consegue. Fica-se - ou faz-se - feliz com pouco. Mas manter aquela felicidade toda cansa e se torna um desafio para todo o dia, todos os dias. Então procura outras inspirações em algo que entristeça. A dor passa a ser o próprio remédio da doença. Dor dilacerante e confortante. Mas, depois, manter todo aquele sofrimento, aquele pesar com o mundo se torna um desafio para todo o dia, todos os dias.
Irritante. É aí que ele sai daquela lama toda e vai viver ao invés de escrever.
28 setembro, 2009
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