27 maio, 2010

aquela

pés, meias, cara, corpo e chão.
e aquela, ah aquela. Escorre aos montes, enche a cabeça
fica em vão
adormece as pernas, as mãos percorrem
a cara
as pernas e
...
não
...
espera espera pensa esquece dorme e vai
quem sabe amanhã?

25 maio, 2010

das roda

em câmera
len
ta
passa o boi
a espera
da boiada
meia pica
muita roda
toda a vida
muita estrada
por cima
no lombo
um relincho
quatro patas
é lá que fica
o amor do jão
o medo do lá
a ânsia parada

24 maio, 2010

quem diria

Eis que se cria a vagina
pequena lisa
Quem diria!

Coisa bem simples
Tão precisa
mas nem deus copia

23 maio, 2010

Manga

Veio o cara e veio na cara.
A gente ficou de cara.
Tava tudo errado, tava uma merda, não que ele dissesse pois sua ética não permitiria, mas que
tava dó dava.
Propôs várias: correr pular subir e descer, até o pé fazer bolha
de doer,
Era essa a intenção: ator tem que ter intenção. E não lhe venha com intenção ão não. Ele quer intenção de gente, de ser humano, de artista que se preze
que tenha apreço
Também quer que a gente sinta que a gente é nós. No sentido da palavra mesmo, nós que ao serem desatados dão linha pra manga.
Quem sabe você assistirá a Manga?
Ele vai nos abrindo aos poucos, mesmo que não pareça seu método é delicado. Quando a gente ouve as palavras dele sai com vontade de mudar o mundo. E mudar-se pro mundo, digo, de mala e cuia mesmo:
ir pro mundo.

Só não sei bem
onde é que se pega o trem.

Daria raiva tanto dedo na cara. O dedo que ele põe. Mas aquele sorriso humilde que pontua exclamativamente suas provocações nos faz olhar pra fora
e não dá vontade de ir embora
Ele quer que sejamos nós.
E que sejamos atores, no sentido da palavra sentida, sentimento de dentro do senso e do coração.

14 maio, 2010

noite

Esse frio, essa meia luz e o Lupicinio a cantar.

09 maio, 2010

Dos entendimentos do ser/estar

.
.
foi quando tomaram Maria por sabida
das Dores era ela, para outros, metida
com ideias sobre o estar da própria vida
.
.
(ou: a que nunca escreveu livro de auto ajuda)

08 maio, 2010

transformando o mínimo em atemporal

para fugir da estafa
me sugiro momentos
em que o olhar fotografa

01 maio, 2010

Estou voltando ao tempo da delicadeza.

Guarde-se para

Guarde-se, disse ele resoluto.
E foi o que ela fez na exata hora errada.