31 janeiro, 2011

ars

Artista pra viver de arte
(sua paixão)
precisa vender
pelo menos uma parte

(afinal, toda coisa precisa ser vendida)
e pra vender, às vezes faz arte
com paixão submetida

29 janeiro, 2011

Insane-se,

antes que o mundo te deixe louco.

Saliente-se

antes que o mundo te exalte e você se ache o tal.

parece clichê, mas só normal.

Três dois ponto um

Eu preciso do silêncio pra louvar esse momento. Eu preciso das horas infinitas passando por mim enquanto eu passo os olhos nas imagens que flertam comigo. Preciso me tiquetaquear, deixar o choro me explorar e me expor; me por em tudo que eu tenho me proposto faz alguns dias. Eu preciso de uma rede e de calma pra vagar os pensamentos em impressões densas. Do sofá e do cochilo. Do cachorro e das orquídeas do quintal. Eu preciso da cadeira de balanço que ainda não comprei pra fazer o tricô que nem aprendi. Eu preciso de silêncio pra me afundar um pouco. Só pra subir depois. E fazer barulho.

10 janeiro, 2011

já?

Um lugar longe, longe assim daqueles nos quais não se precise preocupar com porra nenhuma. Nem com porra, nem cama, nem preço de leite, nem preço do chá, nem se a música é boa, porque afinal e lógico, boa música sempre será. E haverá. Aquele lugar do caralho, no qual não se precise ganhar porra nenhuma de dinheiro, nem pra ficar, nem pra chegar. E é lá.
Olhou já?
Só envelhece feliz quem sabe e dá o valor de um dia.

06 janeiro, 2011

Pra quê?

Ele se deixou ir, como não fazia desde que se esqueceu que era homem. E que homens atravessam com ou sem pontes. Esqueceu-se agora de malas. Com um barco de colchão inflável muniu-se de cabos de vassoura e um litro de cachaça de alambique. Difícil era, pra ele como pra todos, mas e daí? Uma ideia na cabeça e blablablá. Dois dias depois atravessou o rio. Pra quê?
Aí depende mais de você do que dele.

04 janeiro, 2011

papos

Eu queria escrever sobre tudo o que tenho conversado por método que se pode talvez chamar semi dialética contemporânea. Precisaria da ajuda do biscoito e do chá, provavelmente. Precisaria de um gravador amador, quem sabe. Precisaria mais do que tudo, lembrar. Isso, véi, é que anda foda. "- Você tem suposto? Faça, é bão. Leia, mas leia um pouco menos, e suponha mais. "

Calmamente

Ouvindo minhas músicas
Sambas, bênçãos, tangos, vermelhos
E teu rap também, meu bem. Teu rap também
me vem um passado bem recente
um bocejo, uma preguiça vagarosa
A leveza da gente
Esse tal “calmamente”
A calma que a gente sente
o chá que acalma a mente
da gente,
Dois, cada um no seu canto
Dois no canto da benção
No canto de um samba
Você puxa, eu segunda vozeio
passamos nessa nossa noite de bamba
A gente.
as minhas e as tuas coisas
e em dia cinza, porque não a nossa cor?
só pra dar pinta de todo o nosso; Não, preto. Sem essa rima tão cedo.
entra no sapato. deixa ele descansar do lado da cama. calmamente