14 setembro, 2009

sono leve

Aperta o despertador, como se sufocando ele parasse de gritar. Não pára. Acerta o botão certo e volta a dormir. Sono leve na cama com cheiro de verdade. Sono leve na cama sem mais aquele cheiro de sonho. Sono leve só.
Despertador esperando a hora de gritar enquanto ela geme. Ela revirando o cobertor desnecessário pelo calor das 10 da manhã do dia da alegria de segunda feira. Chuta algumas roupas no pé da cama e espera a hora do despertador gritar. Alguém ri lá fora, deve ser a tia da limpeza. Esqueceu de lhe oferecer café hoje, porque nem fez, apertou o botão do despertador e gemeu. Chutou uns nadas na cama e caiu num sono leve, que permitia ouvir a risada lá fora. Alguém gritando alguma coisa sobre o almoço e um cheiro de bife com queijo muito pesado no sono leve dela. Sorri de modo tão leve que nem percebe, nem vai almoçar comida pesada entrando no corpo leve dela. Joga o cobertor no chão e lembra da piada feita sobre ele na noite anterior. Ela já não espera mais, ou espera mais agora já que se fez feito o que queria. Mas o despertador ainda espera. Espera.

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