26 julho, 2009

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mudo da descrição e continuo sem descrever nada. Mudo os verbos e esqueço que vírgula não é pasto em fazenda. Tudo pára antes da hora e tá errado, eu sei. Tá errado. Não sei pra quê uso tantos pontos. Parece que penso em estanque. Erro, volto e erro outra vez, só que diferente. Começo uma nova frase sem sentir nada, e esperando falar algo. Mas conforme passa eu vejo que é impossível descrever sem o mínimo de sentimento, doação e abertura. Não tem como fugir do lugar comum quando se usa uma palavra depois da outra, intercalando as bonitas e as feias e separando-as com as vírgulas e os pontos. É permitido que seja podre ou que seja belo, mas acima disso é preciso que seja um parto, que saia das entranhas e que, como um bebê, não tenha medo do mundo ao qual veio. É preciso ter essa tal coragem inocente que tem os filhos da gente. Que nós mesmo tivemos por também termos sido. Nós éramos muito mais corajosos naquele tempo, quando éramos inocentes. E as palavras, juntas, são assim: corajosas quando inocentes. . Eu fiquei assim ultimamente. Esquecida do que me tinha trazido até aqui. Fui editando, editando e esquecendo qual era meu papel: o de ser livre. e não deixar que nenhum travessão me pusesse ponto final.

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