você chegou outra vez. pela segunda. de novo.
eu olhei, nada disse. tentei um gesto. tímido.
te chamei pra entrar. ofereci café. não? uma dose?você sentou no meu sofá. ligou a tv. eu fiquei a te assistir.
outra vez! mais uma. as pessoas não mudam.
fiz o almoço. te chamei pra mesa. esqueci o sal.
você sempre tão doce. disse nada. mastigou e sorriu.
limpou os lábios enquanto eu lambia os meus. olhava os seus.
estava bom? bom. sempre bom. ah. as coisas não mudam.
pode ser que eu saia a tarde. tudo bem.
mentira. pra ver se você queria ou não
eu não soube entender sua cara. então, fiquei.
cara de lindo. ah. virando os olhos e piscando enquanto fala.então eu fico. até a noite. janta aqui? ah, não sei... tímido!
ah... fica! ficou. o que você faz se não ceder a mim?
então eu faço tudo. com sal. açúcar e afeto. e chico no rádio.
faço a cama pra dois. só um travesseiro.
eu não esqueço. não te esqueço. tomo banho e vou pra cama fresca.
vou fresca. vou limpa.
não levo minhas marcas. aquelas. as suas. é pra ser do novo.
o que sou eu se não sua?
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