são sete moças
todas eu cruas
divididas inteiras
desigualmente e nuas
às sete partes do corpo
sentam-se a beira do banco
à sarjeta
à rua
são comigo sete bolsos
moedas, papéis e palitos
papéis aguardam por mim,
mulheres e sete crianças guardam
me guardam
e outros papéis me gritam aflitos
são olhadas as sete moças
soam olhares e buzinas e alarmes
setessentas sem encantos
vidas moças tímidas vazias
que se espremem aos cantos
(chacoalham)
sete vezes as sete horas
em uma calçada pobre
uma rua suja e eu
a sua sétima e única sílaba
sã em sete notas musicais
a sua oníssona
são os sete dias sem cor
os sete gozos visuais
na calçada frente ao bar
às sete bebidas contra mim
e a sete belo a favor do hálito
somos sete aos sete dias
24 julho, 2009
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