09 agosto, 2009

Da Clau: Uma historinha de amor

Ele era interessante, tímido e sério. Calmo. Daqueles caras que deixam a gente calma só de falar e rir. Mas tímido nem era tanto, a lábia foi boa e a gente ficou. E ficamos, ficamos. Ele sempre mostrando pro mundo que eu era dele, só dele. E eu adorava. Olhava pra mim sério e me arrancava do meio de qualquer foco de olhares. Gostei quando ele disse que gostava do Cabrel. Cabrel no rádio e fomos pra cama. O sexo era delicioso. Nem tão tímido! Nem tão sério. Depois do sexo ficava quietinho passando a mão na minha cintura. Mãos na cintura! Ah, meu bem, era tudo o que eu precisava agora. Mãos na cintura e o Cabrel cantando... doucement... pas vite.
E ele cantava bonito, voz gostosa. Pensei duas ou três vezes que eu tava feliz daquele jeito, tinha achado um amante, enfim. E quando isso acontece eu sou fiel. Amante. Apresentar pro mundo como namorado só fode qualquer coisa gostosa e feliz. Dá merda. A gente começa a cobrar só porque tem satisfações a dar pras pessoas. Então deve ser amante.
Um dia ele disse que seu futuro era viajar, adorei. Pensei: Aventuras, a gente pegando trilha e dormindo imundo numa barraca, passando frio no mato e calor numa praia deserta, nos alimentando de sal do mar e vódica. Depois ele disse que queria ganhar dinheiro, brochei. Tanta coisa boa pra fazer na vida e tu quer ganhar dinheiro? Brochei forte. Depois disse que queria viajar pra Alemanha, EUA e o caralho. Que guei! Porra, cara.
Uma pena, mas o negócio foi dar o fora dessa historinha de bosta.
Au revoir,
Clau

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