Vi algo assim:
Estava calmo, estavam calmos, estavam leves e levemente bêbados. A fumaça que lhes saía da boca era a única nuvem no céu azul escuro. Deitados. Confortáveis com a presença e com o calor que ia de um para outro, e do outro novamente para o primeiro, assim como o cigarro cerrado mas não acirrado apesar de ser o único que lhes cabia. Mas sensação é algo que nunca é demais, nem a boa nem a ruim. E no meio de tanta, ainda o leve toque dos dedos entre si e dos dedos com o cigarro provavam aos dois o desejo que estava por dentro de cada um, e que era de um para o outro e do outro para o primeiro. E como eles não eram dados a sensações reprimidas, sorriram e comentaram o fato, como fazem os bons amigos. E como também não eram dados a romantismos, o beijo aconteceu somente no cigarro. E por consequência beijavam-se eles também, mas sem tocar os lábios.
(... continue as entrelinhas por mim)
06 junho, 2009
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