20 abril, 2012
pé de feijão
Um ciclo. uma ideia, uma conversa e dois dedos de café e os dois achando que falaram menos do que poderiam porque, afinal, na cabeça se passa muito mais, muito mais e mais ainda do que cabem nos dois dedos de café. Porque faltam muitos meses de coisas vividas pra entenderem o brilho dos olhos de cada um, os gestos e a brisa astrológica que nunca tinham citado nas outras tantas brisas. Aí entra um sol no quarto que não tinha, entra um bem te vi cantando e batendo nas quatro paredes, entra a música gospel que a faxineira da casa ao lado tanto gosta, entra um cheiro de pão com manteiga na chapa, entra um vento leve e entra sagitário e gêmeos e libra e um quezinho de escorpião. E entram quadrados e círculos e fumaças e cinzas e doze gotas d'água no pote de terra. E cai a semente de feijão que a vizinha cuja faxineira ouve gospel separou do feijão que vai cozinhar porque não serve pra ela. E nasce e cresce e dá. Eles cuidam, molham com mais uma dúzia de gotas d'água e conversam com a planta, que é de câncer ascendente em touro. E eles se preocupam com o futuro dela, deles, do mundo e se perguntam se é mesmo esse o caminho certo. Se enchem e preenchem de mais ideias, acham-se no lugar certo ainda que errado e falam mais um pouco em como pode ser tão moralista e injusta a sociedade, em porque as pessoas vivem a vida que vivem e do por quê eles também não se preocupam se estão mesmo no caminho certo; se eles estão preocupados, como eles, em fazer o que melhor se pode fazer com os dons que nos foram dados. E do como pode a faxineira cantar muito mais afinada e com mais coração do que a cantora que ela adora - e que tem mais conforto e admiração que ela. Aí eles falam sobre justiça, tomam mais dois e vão almoçar sob a lua vazia.
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Um comentário:
escorreu dos dedos dela ;)
ah que saudade, tinha tempo que não passava por aqui... tempo... ah esses dois dedos de conversa, eu bem que queria =D bj!
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