É que eu tava com medo da chuva, disse A criança enquanto olhava para os sapatos sujos de lama.
Não era, com certeza, nada convincente que o medo da chuva trouxesse da rua A criança, que saíra de casa limpa e perfumada, com lama até os cílios e não talvez até mais perfumada e seca do que tinha saído. Mas talvez, pois se pode esperar tudo das pessoas, mesmo criança e ainda mais dA criança; houvesse um pouco de verdade no medo da chuva, e tão talvez quanto, já bem cedo Sua criança estava aprendendo o que era impulso.
A mãe disse um pouco sobre para o marido, sobre como será quando A criança crescer e ter medo de amar, do primeiro emprego e de confiar nas pessoas. O pai disse pra deixar de mãezisse e que aquilo era normal, coisa de criança etecétera e tal.
Mas mãe sabe das coisas, e esta, A mãe, sabia o quanto isso tudo era coisa de adulto.
31 agosto, 2010
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Um comentário:
Depois de muito tempo, porém agora com pesar na cabeça e me achando uma leitora muito ingrata, venho aqui... Te escrever um pouco. Te contar da admiração que tenho pelos seus textos e modo de escrever. E que estou sempre aqui, amiúde. Catando suas palavras.
Beijos de uma leitora assídua e tocada por suas palavras... Mesmo que em silêncio.
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