04 maio, 2009

Ato feito

Minhas mãos cravaram as unhas no ar
e fez-se sangue na transparência
a que mostrava sua imagem
esperei a eternidade de algumas horas
formulei meu discurso de desculpas
e assim que decidi falar
o grito espantado lento seco
fartou a língua leve
na qual faltaram freios
esbarrou-se nos dentes
tão alvos os tais alvos!
cravou-se silêncio nos ouvidos alheios

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