04 maio, 2008

Espera

Esperei com as asas abertas o sol chegar
A chuva caiu sobre elas com a frieza dos olhos que passaram, viram mas não enxergaram
Depois de secas as asas cheiravam bolor, como o corpo guardado
Assim recontava instantes, como quem espera a chegada da morte
Cultivava a última esperança e tentava me manter em pé, como um cacto no meio da terra podre de tão seca
Lutava contra as horas
Buscava em vão os motivos
Mas o sol só tarda quando não se espera com os olhos abertos
As asas murcharam
e o corpo secou
os olhos, estes já não têm sentido

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