30 maio, 2012

Para chegar aos 97

Entregue-se, ele disse

Se mais entregue que eu agora não outra eu nunca fui

 nunca fui tão entregue porque agora vi que queda nunca é demais

Colocar fé no que é bom nunca é demais, nem erro, nem acerto, são páginas tais

Como sais no espírito, de limpeza de puro de novo descanso

sentimentais

não importa o quanto seja duro o depois

pois depois da dor vem um copo pelo meio e sempre outro amor

Porque já que o copo está sempre meio cheio

eu quero sempre o corpo cheio inteiro

Cheio inteiro

Corpo cheio inteiro de coisa dentro

Tão inteiro por dentro que por fora é nu

Muito nu

Mas limpo e lindo de tanto cheiro

...já que nudez me cheira tanto...

Cheiro certeiro vivido que ainda tem muita vida pra viver

E curiosidade suficiente pra querer ver

Ver viver de cara a cara frente a frente com sutilezas a somar

Com energia suficiente em fichas pra apostar,

Com um novo dia de novo jornal e um novo café no meio do copo

Enquanto o meio do corpo dança danado pelo quarto

Ele sempre vai dançar

E as páginas tais serão sempre bem dançadas

Senão, como eu posso sustentar o discurso de viver até os 97?

Um comentário:

Unknown disse...

uma luz pro dia cinza
muitas cores pro dia cinza
sinestesia
dancei com as palavras
tive vontades

"Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.

Aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida"

beijo, mel e limão

tava com saudade de pirar aqui