23 maio, 2010

Manga

Veio o cara e veio na cara.
A gente ficou de cara.
Tava tudo errado, tava uma merda, não que ele dissesse pois sua ética não permitiria, mas que
tava dó dava.
Propôs várias: correr pular subir e descer, até o pé fazer bolha
de doer,
Era essa a intenção: ator tem que ter intenção. E não lhe venha com intenção ão não. Ele quer intenção de gente, de ser humano, de artista que se preze
que tenha apreço
Também quer que a gente sinta que a gente é nós. No sentido da palavra mesmo, nós que ao serem desatados dão linha pra manga.
Quem sabe você assistirá a Manga?
Ele vai nos abrindo aos poucos, mesmo que não pareça seu método é delicado. Quando a gente ouve as palavras dele sai com vontade de mudar o mundo. E mudar-se pro mundo, digo, de mala e cuia mesmo:
ir pro mundo.

Só não sei bem
onde é que se pega o trem.

Daria raiva tanto dedo na cara. O dedo que ele põe. Mas aquele sorriso humilde que pontua exclamativamente suas provocações nos faz olhar pra fora
e não dá vontade de ir embora
Ele quer que sejamos nós.
E que sejamos atores, no sentido da palavra sentida, sentimento de dentro do senso e do coração.

Um comentário:

Renato Capella disse...

É, João chegou chegando, dando dedadas e embolhando o pé da gente. Faz parte. Ele mostrou que a crise taí e é muito pior não assumi-la. Enfrentemos, pois, a crise!