25 setembro, 2012
de semelhança
Vida seca. Seca como as vidas. Seca. Ventou terra, areia, perfumes e baratchos, mas a secura continuava insuportável. Porque eu gosto e preciso da água. Sofro com a seca como pouca e muita gente. Água é que nem sentimento. Vive em movimento, depende do tanto que é pra limpar ou devastar. Em queda é vento úmido, chega pra todo mundo que se arrisca a sair do casulo de medo e tomar toda água martelando na cabeça. E o som. Mil sons são. Uma sinfonia de gotas. Corpo na água até muda o ritmo, fica mais bonito, eu acho. É o mais próximo da sensação de voar. Quanto mais funda for a água, mais voando o corpo sente. Se manter flutuando é que é difícil. Cansa. Perde fôlego. Morte por água é triste também, um sufoco que só. Ninguém quer morrer de água. Mas como encanta.
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