Será que me escuta? Olá! Lembro de você. Ainda escuta? Mandei recado. Nada. As fichas acabam. Até quando poderei contar com você e sua sacola de cervejas velhas? Adeus.
Adeus?
30 setembro, 2012
25 setembro, 2012
um ponto
A história tão batida e contada emocionou pela primeira vez de verdade a moça. Foi quando viu que a moça da história era tão moça quanto ela e, como poderia não ter feito isso antes?, se colocou no lugar dela e sentiu muito. Sentiu tanto que fora de hora chorou. Chorou ridícula porque, ciente do vexame que passava, derrubou as moedas no chão para no chão poder derrubar uma gota dos olhos. Escorreu catarro e ela tentou esconder. Não adiantava mais, moça: vocês já eram uma só e por uma seriam ridicularizadas nas próximas contações do conto aumentado em um ponto.
um ponto irônico, pelo menos.
um ponto irônico, pelo menos.
de semelhança
Vida seca. Seca como as vidas. Seca. Ventou terra, areia, perfumes e baratchos, mas a secura continuava insuportável. Porque eu gosto e preciso da água. Sofro com a seca como pouca e muita gente. Água é que nem sentimento. Vive em movimento, depende do tanto que é pra limpar ou devastar. Em queda é vento úmido, chega pra todo mundo que se arrisca a sair do casulo de medo e tomar toda água martelando na cabeça. E o som. Mil sons são. Uma sinfonia de gotas. Corpo na água até muda o ritmo, fica mais bonito, eu acho. É o mais próximo da sensação de voar. Quanto mais funda for a água, mais voando o corpo sente. Se manter flutuando é que é difícil. Cansa. Perde fôlego. Morte por água é triste também, um sufoco que só. Ninguém quer morrer de água. Mas como encanta.
18 setembro, 2012
de dá dó
Eu tava mar, miúda. De moiá as toaia de casa no choro. Tava de zóio firme no nada, tudo se
acabada. Triste que só, triste de da dó. Tava que tava um assum, assim, triste
de causa nium. A Zirda orviu, veio e deu broa: doce é bão e levanta difunto, falo a Zirda gorda,
Zirda boa. O choro num tem causa de que,
Zirda. É paúra do mundo. Zirda ri, Zirda caçoa. Zirda má, Zirda a toa. Num
intende tristeza que dá do nada, diz que tristeza é mar de patrão. Ela falo tamém que tanque
chei de ropa pa lavá resorve.
Num resorve, Zirda, num resorve. Só faiz sargá a goma.
Num resorve, Zirda, num resorve. Só faiz sargá a goma.
16 setembro, 2012
mexe
o corpo imagens espera. eufórico, um cisco que seja,
um tento que tenha, uma foto cena fato azul arara
Da imagem pra dança é sinapse
ideias cruzadas eclipse
dança
sóis bichos vozes
sóis bichos vozes
Dissonantes, Antíteses
rebentado, se vê debochar o gestus anti homem trivial
corpo dança em roda, dança que solta, não molda, tudo se
mexe em si por dentro e em si por volta
04 setembro, 2012
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