A cidade fica tão bonita daqui, olhada pela sua cara
amanhecida em plena cinco da tarde. Pego o café, sem bolachas, estamos quites sem
mais nem menos e eu lembro como é bom sentir desse jeito. A cidade assim longe parece um exemplo de
esperança. você e sua mania de me acordar pra vida perguntam o que então eu
tenho feito para. Eu solto aquela risada de é verdade, cê tá certo, cê sabe das
coisas. Vejo outra vez que sou ar
demais, flexível, incoerente. É que eu não gosto dessa pobreza de espírito,
dessa mania humana de se colocar de qualquer forma, até a feia. Você se vira
com cara de novela mexicana e diz “ e sobre mim”. De você até que gosto. Só um
pouquinho. Assim como digo que pouco gosto da cidade, voumembora, chamo de
feia, suja, breve, mentira, enquanto meus olhos e todas as minhas vontades
passeiam pelas ruas dela que é o exemplo prático arquitetônico de
nossas subjetividades. me calo na Billie Holliday que canta uma
e outra - o café esfria e gruda todo na xícara porque fica dias ali no canto da
cama. Assim você também se coloca nas coisas daqui, ainda que da forma feia. De
longe é poético porque na solidão ela me olha suja com ar patético. é assim, cidade de longe, ar de esperança, ruas e mais ruas que nos engolem a sós. A sombra da calçada muda do lado de lá pro
de cá todo dia, meu bem, por isso a gente não cansa.
27 agosto, 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário