Abro o jornal no banheiro
Para disfarçar o fedor fumo um paiero
pelas notícias cago de triste
a violência que pregam insiste
Não há deus que tenha dó
desse povo que não dá ponto sem nó
clareio meus pensamentos na cerveja
que do comercial a loira quente põe na mesa
mas não há nada mais o que se fazer
pois amanhã é domingo dia de lazer
fecho o jornal com pressa safa
minha mulher chora pela novela na sala
meu filho entra rápido de olhar baixo
veio da rua e mais parece um capacho
nos responde mal e nos manda tomar no cu
acredito piamente na culpa da banheira do gugu
o jornal nacional propaga o terror
isso aumenta meu apego ao Senhor
rezo duas aves marias e deito mal
pois amanhã novamente se publica outro jornal.